quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O melhor lanche da (minha) história

Andava a apetecer-me. De vez em quando pensava nisso. Hoje, sem pensar muito bem saí de casa com um iogurte de manhã, para comer quando tivesse fome. Há minutos olhei para ele  e pensei: sim. É mesmo isso: vou juntar pêssego ao iogurte. E se assim pensei, assim fiz e soube-me pela vida. Pela minha vida… na verdade. De repente voltei a ter sete anos e a estar sentada na sala da minha avó Luísa, com o meu avô ao lado a rever mais um qualquer livro da Bertrand, ainda sem encadernação, com a régua e a caneta para fazer as correções. Muitas e muitas vezes como iogurte com fruta, sobretudo com morango e ao pequeno-almoço, mas junto sempre cereais, sementes, mel… Assim, só com pêssego, era sempre com pêssego que a minha avó me fazia este lanche, e à tarde, só comia ali, naquela casa, com o meu avô que, também ele, gostava de um bom lanche. Mais do que ter saudades da minha (tão feliz!) infância, tenho saudades dos meus avós. Mesmo da minha avó que ainda tenho. Tenho saudades das conversas tão ingénuas e saborosas que tínhamos, das mãos, dos sorrisos, dos cozinhados que ninguém faz igual, por mais que tente. Muito do que sou vem deles, e todos os dias: a cozinhar, a escrever, a costurar e até em brincadeiras com os meus filhos, trago-os comigo.  

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