sexta-feira, 24 de junho de 2011

A “Infanta” de Raquel Ochoa


Conheci a Raquel Ochoa aqui há uns anos quando, com uma amiga comum, veio um dia até Ribeira d’Ilhas, Ericeira. Era finalista de Direito (ela e essa nossa amiga comum) e contava-nos a mim e ao meu marido, que tinhamos feito há pouco tempo uma viagem à Costa Rica, inesquecível, por sinal, dos seus planos para uma viagem de longos meses à América Central e do Sul. Estávamos deliciados com os planos dela. Ela queria marcar o tempo, depois de terminada a Universidade e antes de se entregar à vida profissional, fazer aquela viagem de longos meses sem vir a casa, palmilhar quilómetros de vidas e culturas diferentes. Mal sabia ela que essa viagem que começava dali a dias, penso eu com a primeira paragem em Buenos Aires, se a memória não me atraiçoa, lhe ia mudar por completo o rumo. Não sabia, mas devia calcular, porque ninguém pensa ficar igual depois de uma jornada deste género, entregue a ela própria, pelo mundo fora. Foi no regresso que escreveu o seu primeiro livro, resultado dessas memórias, e a partir daí não mais parou. No ano passado comprei numa Feira do Livro (dessas que invadem as terriolas em cada verão) “A Casa-Comboio”, livro que lhe valeu o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís. Agora, chegou-me há dias este novo romance “D. Maria Adelaide de Bragança, A Infanta Rebelde”. Um livro que nos apresenta a tia de D. Duarte, Duque de Bragança, hoje com quase 100 anos e com uma vida que vale a pena conhecer de tão rica que é. Tão rica como a própria escrita de Raquel Ochoa. Comecei ontem a ler e fiquei presa a ele. A Raquel sabe como agarrar um leitor e tem uma coisa que a mim me incutiram logo nos primeiros dias de jornalista: o gosto por palavras de “500 paus”. Dizia-se assim, na altura. Não utiliza um vocabulário fácil, mas não é uma escrita difícil. O que quero dizer é que marca a diferença, não é banal. Tem gosto pela escrita, pelas palavras, pelo português e isso agrada-me. Gosto de histórias verídicas e acho que vou gostar muito de conhecer esta senhora que a Raquel agora nos apresenta. A edição é da Oficina do Livro.

Um comentário:

Anônimo disse...

peguei neste livro este fdsemana e fiquei com curiosidade de ler, definitivamente a comprar. e já agora vou tentar tb ler o primeiro, despertaste-me a curiosidade