sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Celebrar o Inverno Com a Sopa da Pedra


Vive a cultura Ribatejana, de gosto pela Tourada e de pratos quentes e fortes para combater o frio. Almeirim fica a oito quilómetros de Santarém e a cerca de uma hora de distância de Lisboa. É lá que se vive a tradição da Sopa da Pedra. Uma sopa forte. Uma sopa belíssima. Uma sopa que bem podia ser chamada de feijoada. Uma feijoada maladrinha, como o arroz, com muito mais caldo! Feijão, carne de porco, batata e enchidos fazem as honras da iguaria servida numa terrina, onde religiosamente é sempre colocada uma pedra, para regalo dos miúdos, mas também dos graúdos que gostam do significado da tradição. De paredes pintadas por fora, com bonecos coloridos, mas com um interior cheio de salas diferentes do mais clássico, não chic, ao mais descontraído, de bancos de madeira e não cadeiras, o Toucinho é um dos restaurantes mais conhecidos da região e tem a chaminé sempre a fumegar com o pão feito à vista de toda a gente. Foi por lá que passei há dias e é dele que posso dizer que se come realmente bem. Só não concordo muito com o facto da sopa ter um preço diferente caso seja só ela a refeição ou se for apenas primeiro prato, já que é servida na mesma quantidade, com a mesma guarnição e da mesma forma. Não me parece justo, porque em qualquer restaurante a pessoa deve apenas comer aquilo que lhe apetece e não ser penalizada por isso. Além de que a sopa serve na perfeição de refeição enquanto todo e não parte. E a questão de estar a ocupar uma mesa por pouca despesa também não é justificação, porque o que não faltam são lugares no restaurante.
Da lista, para além da sopa da pedra há também canja, para a criançada que não gosta de paladares fortes. Os pratos elegem sobretudo a carne de porco, mas há vitela e até borrego para escolher.
No fim, sugiro que dispensem o café, não por ser mau. Longe disso, é um café como outro qualquer, ou seja, que sabe sempre bem para rematar uma refeição, mas neste almoço sugiro que o vão tomar à rua, para ajudar a digerir até tão forte comezaina. Mas não saiam sem antes beber um sorvete digestivo de limão sem álcool. Maravilhoso. Fresco. Espesso. Melhor do que o já banal tira-sabor que nas cerimónias e banquetes de festa é servido entre o prato de peixe e o de carne. Existem três tamanhos e três preços a condizer.
Uma refeição para dois, com sopa, prato de carne, vinho e sobremesa, fica longe dos 30 euros e é esta a minha sugestão para este fim-de-semana de Janeiro.

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