quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

“Quem quer ser Bilionário?” ou o eterno paradigma “Amor e uma Cabana”



Se “Juno” foi a grande surpresa dos nomeados dos Óscares do ano passado, não tanto pela sua qualidade porque isso é indiscutível, mas porque não é o género de filme que a Academia costuma galardoar, este ano, parece-me que “Slumdog Millionaire” ou o pouco rico (a meu ver e aproveitando a onda do dinheiro) título português “Quem quer ser Bilionário?” pode mostrar a versatilidade de gostos de quem oferece as bem ditas estatuetas douradas de Hollywood. O filme é de facto extraordinário. Eu já o vi, entrei na sala a pensar alto e as minhas expectativas não saíram goradas. Mas de facto, para mim, o filme pouco tem a ver com os filmes normalmente eleitos como os melhores para os Óscares. É um filme passado fora dos EUA, com uma história enraizada na Índia do primeiro ao último minuto. A realização está espectacular e é justíssima a nomeação para o prémio de Melhor Realizador de Danny Boyle. É engraçado que, ainda que passado no outro lado do mundo encontremos tantos paralelismo com o mundo ocidental, a começar pelo concurso que dá nome ao filme, o “Quem quer ser milionário?” que em Portugal foi apresentado há pouco tempo por Jorge Gabriel, na RTP1. Jamal, a nossa personagem central, é um rapaz de 18 anos, criado na rua e sem qualquer instrução, mas que sentado naquela cadeira do concurso consegue acertar em todas as perguntas. Ele não quer o dinheiro, ele concorre porque acha que ir àquele concurso de televisão pode leva-lo a encontrar a mulher da sua vida, que o destino tem ajudado a afastar, mas sempre permitindo o reencontro. Como é que um miúdo de rua sem quaisquer estudos consegue acertar em tudo e transformar-se em milionário? É esta a pergunta central e é a partir dela que viajamos no tempo e conhecemos toda a vida daquele pobre rapaz. Afinal de contas, apenas lhe foram feitas as perguntas certas... “Slumdog Millionaire” é um filme com passagens dolorosas, mas com uma mensagem de crença sempre constante. É preciso acreditar, para chegar a qualquer sitio, é o que nos parece gritar. Logo a seguir a “O estranho Caso de Benjamin Button”, este é o filme mais bem cotado para fazer história nos Óscares 2009, com dez nomeações. O Júri dos Globos de Ouro elegeu-o como “Melhor Filme (Drama)”. Será o destino? Estreia em Portugal na próxima semana, dia 5 de Fevereiro.

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