sexta-feira, 31 de outubro de 2008

“Arte de Roubar” - o cinema português no auge



É arrojado o novo filme de Leonel Vieira e logo à cabeça pode dizer-se que vai com certeza marcar o cinema português, que de há uns tempos para cá tem dado mostras de uma criatividade atroz. Este é mais um caso desses e, da história à construção da acção, da imagem do cartaz até aos diálogos, tudo está muito bem pensado e muito bem conseguido e garanto-vos consegue arrancar sentidas e honestas gargalhadas à plateia. No centro da acção estão dois criminosos, ou pseudo-criminosos, que não há roubo, sempre pensado em grande estilo, que corra bem. Ivo Canelas é Chico e Enrique Arce é Fuentes. O primeiro é português, o segundo espanhol, já viveram pelas Américas, mas agora estão pelo Portugal pequenino do interior para darem o golpe das suas vidas e nem imaginam o que isso vai custar. O filme é inteiramente falado em inglês, à excepção de uma canção portuguesa cantada num bailarico numa matiné da aldeia. Se a imagem não nos mostrasse os actores, não diríamos que não eram americanos. E aqueles que mais arranham no sotaque fazem-no de acordo com a imagem da sua personagem. Mesmo toda a maneira de construir a história e de a apresentar como se episódios de uma comédia de cowboys em terrenos áridos dos Índios se tratasse, nada tem a ver com a nossa tradição de cinema. Ao lado de Ivo Canelas (que curiosamente no “Call Girl” fez de polícia duro e aqui é um ladrão(zeco!) e Enrique Arce (soberbo, diga-se em abono da verdade), encontramos Soraia Chaves, Nicolau Breyner, Flora Martinez, José Raposo e ainda Olavo Bilac, numa pequena participação, para além de muitos outros num elenco fortíssimo. O filme está muito bem conseguido, tem quadros magníficos e estreia dia 6 de Novembro. Escusado será dizer que o Vida Maravilha recomenda-o aos quatro ventos!

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